O governo do Acre firmou um convênio com a Politécnica de Milão. Prevê que a escola italiana enviará professores ao Brasil, no mês que vem, para ministrar dois cursos de design de móveis a um grupo de 30 marceneiros acreanos.
O acordo foi assinado durante o Salão Internacional do Móvel de Milão, a mais festejada feira mundial do setor, encerrada no sábado (22). Acertou-se também que, em 2012, o a escola receberá nove alunos do Acre, em regime de intercâmbio.
“Eles têm a técnica e não dispõem de matéria prima. Nós temos a madeira e não dominamos as melhores técnicas. Nossa ideia é juntar as duas pontas, apredendo com quem entende”, disse ao blog o governador acreano Tião Viana (PT).
Neste ano, em evento paralelo à feira de móveis, realizou-se em Milão uma exposição de arquitetura, decoração e artesanato. Coisa organizada pela Câmara do Comércio da Itália.
A convite da Brazil S/A, empresa paulista, montaram estandes em Milão, além de empresários, os Estados do Acre (móveis como a cadeira da foto, tacos, roupas, flores ornamentais e borracha), do Ceará (rendas) e a cidade de São Paulo, que deve sediar o cultuado salão de Milão no ano de 2020.
Houve um dia dedicado ao Acre. Tião Viana vendeu o seu peixe para empresários europeus. Convidou-os a investir na recém-inaugurada ZPE (Zona de Processamento de Exportação), situada na cidade acreana de Senador Guiomar.
Segundo contou ao repórter, Tião injetou a China na conversa. Disse que os chineses investem, hoje, US$ 130 bilhões na África. Fazem uma exploração predatória. “Levam a matéria prima e não deixam nada.”
O governador afirma que deseja para o pedaço de floresta amazônica assentado no Acre um destino diferente. “A ZPE propicia a isenção de tributos –zero para importar e zero para exportar”, diz ele.
“O que queremos é despertar o interesse dos investidores para desenvolver os produtos da floresta de maneira sustentável, trazendo o dinheiro para as parcerias e deixando aqui empregos e conhecimento.” Segundo Tião, um grupo de empresários europeus visitará o Acre, em missão exploratória, no mês de setembro.
terça-feira, 24 de abril de 2012
domingo, 22 de abril de 2012
Salvador: DEM lança ACM Neto nesta segunda (Josias de Souza)
O DEM realizará nesta segunda-feira (24), em Salvador, o ato inaugural da campanha do deputado federal ACM Neto à prefeitura da cidade. O roteiro foi concebido de modo a funcionar como um lançamento formal.
Presidente do DEM federal, o senador José Agripino Maia (RN) discursará fazendo um apelo ao neto de Antonio Carlos Magalhães para que aceite a “missão” partidária de disputar com o PT o comando da capital baiana.
ACM Neto, graciosamente, aceitará o “desafio”. Adensada por congressistas do partido, a platéia aclamará o candidato. Nas semanas subsequentes, o DEM tentará escrever a segunda parte do enredo, que envolve o PSDB.
No oficial, o tucanato baiano tem candidato à prefeitura de Salvador, o também deputado Antonio Imbassahy. No paralelo, a direção do PSDB negocia o apoio a ACM Neto em troca de um acerto do DEM com José Serra, em São Paulo.
Reunida nesta sexta (20), a Executiva estadual do PSDB baiano aprovou um documento com dois tópicos. Num, reitera o trololó da busca de uma “unidade das forças políticas de oposição”, num projeto capaz de se contrapor ao PT.
Noutro, anota que, além de manter as “tratativas com o PMDB” de Geddel Vieira Lima, a executiva estadual “recomenda” ao diretório municipal que estabeleça “condições para evitar candidaturas concorrentes entre o PSDB e o DEM.”
Articulado pelo deputado federal Jutahy Júnior (PSDB-BA), amigo e operador de Serra na cena baiana, esse segundo tópico é uma espécie de janela aberta para o acerto do tucanato com a tribo ‘demo’ da Bahia.
Em privado, Jutahy informou a ACM Neto que, asssim que o DEM formalizar o apoio à candidatura de Serra em São Paulo, o PSDB cairá no colo dele em Salvador. Correndo em raia paralela, o pemedebê Geddel borrifa veneno na combinação.
Longe dos refletores, Geddel acena para o tucano Imbassahy com a hipótese de entregar-lhe o tempo de tevê do seu PMDB, algo que potencializaria a candidature dele. O DEM avalia que Geddel não fala sério.
Por quê? Em reunião com o vice-presidente Michel Temer, Agripino Maia admitira a hipótese de fechar com Gabriel Chalita, o candidato do PMDB à prefeitura de São Paulo, caso Geddel aderisse a ACM Neto em Salvador.
Ouvido, Geddel subiu nas tamancas. Disse que, do seu ponto de vista, o que faria nexo seria o apoio do DEM ao candidato do PMDB à prefeitura de Salvador, Mário Kertész, não o contrário.
Na conversa com Temer, Geddel chegou a ironizar. Disse-lhe que toparia endossar as pretensões de ACM Neto sob duas condições. Primeiro, Temer teria de marcar uma audiência dele com Dilma Rousseff.
Nesse encontro, Geddel informaria à presidente que, além de se opor ao PT do governador baiano Jaques Wagner, ele apoiaria em Salvador, a pedido do vice-presidente da República, um dos mais renhidos adversários do governo federal.
A segunda condição era que Temer gravasse, ele próprio, uma mensagem de apoio a ACM Neto, a ser exibida na propaganda eleitoral televisiva. A conversa, obviamente, não prosperou.
Vem daí a percepção do DEM de que Geddel apenas provoca ao dizer que pode fechar com o tucano Imbassahy. Nessa fórmula, além de enganchar-se ao oposicionista PSDB em Salvador, o PMDB não levaria uma gota d’água ao moinho de Chalita em São Paulo.
O DEM realizará nesta segunda-feira (24), em Salvador, o ato inaugural da campanha do deputado federal ACM Neto à prefeitura da cidade. O roteiro foi concebido de modo a funcionar como um lançamento formal.
Presidente do DEM federal, o senador José Agripino Maia (RN) discursará fazendo um apelo ao neto de Antonio Carlos Magalhães para que aceite a “missão” partidária de disputar com o PT o comando da capital baiana.
ACM Neto, graciosamente, aceitará o “desafio”. Adensada por congressistas do partido, a platéia aclamará o candidato. Nas semanas subsequentes, o DEM tentará escrever a segunda parte do enredo, que envolve o PSDB.
No oficial, o tucanato baiano tem candidato à prefeitura de Salvador, o também deputado Antonio Imbassahy. No paralelo, a direção do PSDB negocia o apoio a ACM Neto em troca de um acerto do DEM com José Serra, em São Paulo.
Reunida nesta sexta (20), a Executiva estadual do PSDB baiano aprovou um documento com dois tópicos. Num, reitera o trololó da busca de uma “unidade das forças políticas de oposição”, num projeto capaz de se contrapor ao PT.
Noutro, anota que, além de manter as “tratativas com o PMDB” de Geddel Vieira Lima, a executiva estadual “recomenda” ao diretório municipal que estabeleça “condições para evitar candidaturas concorrentes entre o PSDB e o DEM.”
Articulado pelo deputado federal Jutahy Júnior (PSDB-BA), amigo e operador de Serra na cena baiana, esse segundo tópico é uma espécie de janela aberta para o acerto do tucanato com a tribo ‘demo’ da Bahia.
Em privado, Jutahy informou a ACM Neto que, asssim que o DEM formalizar o apoio à candidatura de Serra em São Paulo, o PSDB cairá no colo dele em Salvador. Correndo em raia paralela, o pemedebê Geddel borrifa veneno na combinação.
Longe dos refletores, Geddel acena para o tucano Imbassahy com a hipótese de entregar-lhe o tempo de tevê do seu PMDB, algo que potencializaria a candidature dele. O DEM avalia que Geddel não fala sério.
Por quê? Em reunião com o vice-presidente Michel Temer, Agripino Maia admitira a hipótese de fechar com Gabriel Chalita, o candidato do PMDB à prefeitura de São Paulo, caso Geddel aderisse a ACM Neto em Salvador.
Ouvido, Geddel subiu nas tamancas. Disse que, do seu ponto de vista, o que faria nexo seria o apoio do DEM ao candidato do PMDB à prefeitura de Salvador, Mário Kertész, não o contrário.
Na conversa com Temer, Geddel chegou a ironizar. Disse-lhe que toparia endossar as pretensões de ACM Neto sob duas condições. Primeiro, Temer teria de marcar uma audiência dele com Dilma Rousseff.
Nesse encontro, Geddel informaria à presidente que, além de se opor ao PT do governador baiano Jaques Wagner, ele apoiaria em Salvador, a pedido do vice-presidente da República, um dos mais renhidos adversários do governo federal.
A segunda condição era que Temer gravasse, ele próprio, uma mensagem de apoio a ACM Neto, a ser exibida na propaganda eleitoral televisiva. A conversa, obviamente, não prosperou.
Vem daí a percepção do DEM de que Geddel apenas provoca ao dizer que pode fechar com o tucano Imbassahy. Nessa fórmula, além de enganchar-se ao oposicionista PSDB em Salvador, o PMDB não levaria uma gota d’água ao moinho de Chalita em São Paulo.
sexta-feira, 6 de abril de 2012
Dilma era o alvo de Demóstenes e Cachoeira (Andrei Meireles e Murilo Ramos - ÉPOCA - Via Blog do Noblat)
Foto: Do Arquivo do Blog
A carreira política do senador Demóstenes Torres era manipulada por Carlinhos Cachoeira para ampliar seus negócios e se aproximar do Planalto
COMENTÁRIO DO BLOG:
Terrível constatação: O mandato, supostamente do futuro ex-senador Demóstenes Torres, não pertence a ele e muito menos ao povo goiano.
O senador, um autêntico fantoche, no Senado era verdadeiramente representante do contraventor Carlinhos Cachoeira e dos demais empresários que investiram em sua campanha eleitoral, sob o título eufemístico de "doação", mas que pode ser traduzido por investimento.
E quem investe planeja retorno.
E o pior:
A volta é quase sempre através do dinheiro público. É o povo, afinal, quem paga o "pato!.
Porque, então, não rasgar essa máscara de que o financiamento publico de campanha onerará os cofres do país, quando, na verdade, é o dinheiro desviado da saúde, da educação, da segurança, etc., etc, através de deslavada e impune corrupção que já adquire caráter sistêmico, que financia as campanhas políticas, exceto quando o candidato usa dinheiro do seu próprio bolso, como é o caso da maioria dos integrantes da bancada ruralista na Câmara dos Deputados (só um exemplo) que abriga cerca de 213 pseudo representantes do povo, pois verdadeiramente, representam a si mesmos ou no máximo, seus similares, porque seus mandatos são comprados com recursos próprios ou de outros empresários rurais, cujo objetivo primordial é a defesa de interesses corporativistas e não os dos trabalhadores do campo.
Conclui-se que são poucos os representantes do povo, no Congresso..
E quem, pois, são os verdadeiros representantes da população brasileira?
Acredito que seriam aqueles que, antes da eleições não barganharam, não empenharam, não "venderam" seus mandatos, através do recebimento prévio de "doação" privada (a palavra é perfeitamente adequada) para sua campanha eleitoral.
O leitor tem notícias de que o Deputado Tiririca, o campeão de votos no país, "vendeu" o mandato dele, antes das eleições, a troco de "doações" de campanha?
Certamente, existem mais alguém que o povo elegeu sem ser influenciado pelo poder econômico. Mas, acho que dá para contar nos dedos.
O subtítulo desta matéria é emblemático:
"A carreira política do senador Demóstenes Torres era manipulada por Carlinhos Cachoeira para ampliar seus negócios e se aproximar do Planalto"
,
Infelizmente, o Parlamento brasileiro, as Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais estão repletas de "demostenes" e de representantes inautênticos. Isto já não é, apenas, trapalhadas do DEM, pois até parece "coisa do demo".
Também, não faltam outros "carlinhos cachoeiras", entre os financiadores (este é o termo mais adequado) de campanha política.
E, sem dúvida, esta situação calamitosa vai perdurar enquanto não for instituído o funcionamento público de campanha eleitoral que é de difícil aprovação porque contraria os interesses dos "demóstenes" e "carlinhos cachoeiras". (Edson Nogueira Paim escreveu)
Eis o teor da matéria supra referida:
Como qualquer empresa, as organizações criminosas têm seus planos de sobrevivência e expansão. O grupo do empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, inovou em muita coisa, mas não nesse aspecto. Cachoeira tinha negócios escusos e planos de novos empreendimentos em Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso e Tocantins, onde contava com a ajuda de políticos e agentes públicos, de acordo com as investigações da Polícia Federal.
Mas Cachoeira queria mais. Conversas telefônicas entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (ex-DEM, agora sem partido), gravadas com autorização judicial e obtidas com exclusividade por ÉPOCA (ouça os áudios ao fim desta reportagem), mostram que os dois planejavam se aproximar de alguma forma do Palácio do Planalto.
Numa das ligações captadas, Cachoeira orienta Demóstenes a aproveitar um convite para trocar o DEM pelo PMDB, com o propósito de se juntar à base de apoio do governo e se aproximar da presidente, Dilma Rousseff. “E fica bom demais se você for pro PMDB... Ela quer falar com você? A Dilma? A Dilma quer falar com você, não?”, pergunta Cachoeira. Demóstenes responde: “Por debaixo, mas se eu decidir ela fala. Ela quer sentar comigo se eu for mesmo. Não é pra enrolar”.
Cachoeira se empolga: “Ah, então vai, uai, fala que vai, ela te chama lá”. Como se fosse um bom subordinado, Demóstenes acata a recomendação.
Quando esse diálogo ocorreu, no final de abril de 2011, Demóstenes estava em plena negociação com caciques do PMDB, como os senadores Renan Calheiros e José Sarney, para mudar de legenda.
Um dos maiores opositores do governo – e carrasco de petistas acusados de corrupção – tencionava aderir ao governo do PT. Segundo dirigentes do PMDB, àquela altura a mudança de partido já tinha o aval do Palácio do Planalto.
Tudo nos bastidores, porque em público Demóstenes continuava oposicionista. As gravações mostram agora que um dos objetivos da radical troca de lado era estar mais bem situado para ajudar o esquema de Cachoeira.
Leia mais em O alvo deles era Dilma
quarta-feira, 4 de abril de 2012
Cachoeira vazava operações da PF para a chefe de gabinete de Perillo, governador tucano de GO (Josias de Souza)
No curso das investigações da Operação Monte Carlo, a Polícia Federal detectou uma inusitada triangulação telefônica entre o contraventor Carlinhos Cachoeira e Eliane Gonçalves Pinheiro, a chefe de gabinete do governador tucano de Goiás Marconi Perillo.
Munido de informações recolhidas pela rede de policiais que prestava serviços à sua quadrilha, Cachoeira repassava à assessora de Perillo dados sigilosos de operação da própria Polícia Federal.
A conexão de Cachoeira com o gabinete do governador tucano consta de relatório da PF. É o que informam os repórteres Chico de Gois e Jailton de Carvalho. A dupla trouxe à luz oconteúdo de torpedos e conversas captadas pela PF.
Cachoeira repassou a Eliane dados referente a uma operação policial desencadeada em 13 de maio de 2011. Chamava-se Operação Apate. Visava desbaratar esquema de fraudes contra a Receita Federal. Coisa de R$ 200 milhões.
Envolvia o cumprimento de 82 mandados judiciais de busca e apreensão e 13 ordens de prisão em cinco Estados: Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Pará e Minas Gerais. Envolvia prefeitos e servidores graduados de vários municípios.
A chefe de gabinete de Perillo dispunha de um aparelho de rádio Nextel igual ao que Cachoeira cedera ao senador Demóstenes Torres. Um equipamento habilitado em Miami, que a quadrilha supunha imune a grampos.
Em 12 de maio, véspera da operação farejada pela rede de iformantes de Cachoeira, o contraventor trocou torpedos com Eliane. O primeiro alerta seguiu às 20h16: “Vai ter busca na casa e prefeitura”, avisou Cachoeira. E Eliane: “Ok, entendi.”
Cachoeira foi específico: “Somente busca.” E aconselhou: “Pede a ele que tire as filhas de lá.” Eliane respondeu: “Elas estão na casa dele em Taguatinga. Vc. acha q eles vão procurar lá tbem? Ele tem as duas residências”.
“Acredito q não. Uruaçu, Minaçu”, anotou Cachoeira, referindo-se a dois municípios que reeberiam a visita de agentes da PF. O contraventor encerra a troca de mensagens com um par de interrogações: “Entendeu? Falou pro chefe?”
Como que decidido a certificar-se de que Eliane compreendera suas mensagens, Cachoeira tocou o telefone para ela doze minutos depois do intercâmbio de mensagens. O diálogo foi capturado pelo grampo.
“Eliane?”, inicia Cachoeira. “Estou ouvindo”, Eliane responde. Esquivando-se de mencionar o nome do chefe de sua interlocutora, o contraventor indaga: “Falou pro maior?” E Eliane: “Falei, estou com ele aqui. Tá aqui. Imagina como que tava.”
Antes do término do diálogo vadio, Eliane perscruta sobre a existência de novo alvos da PF. Cachoeira responde, em mau português: “Não. Já, já eu te falo. O que eu sei é esses aí. Num tem ninguém grande não.” Eliane roga: “Se você ficar sabendo, me fala. Tem uns pequenos aí que interessa à gente.”
Ouvida, a chefe de gabinete de Perillo reconheceu que conhece Cachoeira desde 2003. Declara que a Eliane mencionada no relatório da PF pode ser uma advogada homônima. Impossível. A PF menciona no documento nome, sobrenome, CPF e os números dos telefones utilizados.
Eliane diz que o Nextel fisgado pela PF não veio de Cachoeira. Alega que um amigo lhe cedeu o aparelho para que ela o utilizasse numa viagem ao exterior. Chama-se Wladimir Garcez. Vem a ser um ex-vereador. Segundo a PF, integra a quadrilha de Cachoeira.
Procurado, Perillo manifestou-se por meio da assessorial. Mandou dizer que desconhece a relação de sua chefe de gabinete com Carlinhos Cachoeira. E mais não disse.
De acordo com a PF, Cachoeira repassou dados policiais sigilosos também para Cláudio Dias Abreu, um ex-diretor da construtora Delta no Estado de Goiás. Esas conversas também foram pilhadas nas escutas telefônicas.
Cláudo Abreu recorreu aos bons préstimos de Cachoeira, por exemplo, em 14 de julho de 2011. Buscava informações sobre operação que a PF realizaria no Pará. “É deixa eu te falar, nós ficamos sabendo que vai ter uma operação lá no Pará, dá pra você levantar se vai ter reflexo aqui?”
Cachoeira tranquiliza o interlocutor. Declara que, se a operação paraense fosse chegar a Goiás, um dos delegados ligados à quadrilha já teria alertado. Presidente da Delta, Fernando Soares negou, por meio da assessoria, que a construtora mantenha vínculos com Cachoeira. Disse que Cláudio Abreu foi desligado da empresa em 8 de março, após a deflagração da Operação Monte Carlo.
- Atualização feita às 1058 desta terça (4): Eliane Pinheiro exonerou-se do gabinete de Marconi Perillo.
Munido de informações recolhidas pela rede de policiais que prestava serviços à sua quadrilha, Cachoeira repassava à assessora de Perillo dados sigilosos de operação da própria Polícia Federal.
A conexão de Cachoeira com o gabinete do governador tucano consta de relatório da PF. É o que informam os repórteres Chico de Gois e Jailton de Carvalho. A dupla trouxe à luz oconteúdo de torpedos e conversas captadas pela PF.
Cachoeira repassou a Eliane dados referente a uma operação policial desencadeada em 13 de maio de 2011. Chamava-se Operação Apate. Visava desbaratar esquema de fraudes contra a Receita Federal. Coisa de R$ 200 milhões.
Envolvia o cumprimento de 82 mandados judiciais de busca e apreensão e 13 ordens de prisão em cinco Estados: Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Pará e Minas Gerais. Envolvia prefeitos e servidores graduados de vários municípios.
A chefe de gabinete de Perillo dispunha de um aparelho de rádio Nextel igual ao que Cachoeira cedera ao senador Demóstenes Torres. Um equipamento habilitado em Miami, que a quadrilha supunha imune a grampos.
Em 12 de maio, véspera da operação farejada pela rede de iformantes de Cachoeira, o contraventor trocou torpedos com Eliane. O primeiro alerta seguiu às 20h16: “Vai ter busca na casa e prefeitura”, avisou Cachoeira. E Eliane: “Ok, entendi.”
Cachoeira foi específico: “Somente busca.” E aconselhou: “Pede a ele que tire as filhas de lá.” Eliane respondeu: “Elas estão na casa dele em Taguatinga. Vc. acha q eles vão procurar lá tbem? Ele tem as duas residências”.
“Acredito q não. Uruaçu, Minaçu”, anotou Cachoeira, referindo-se a dois municípios que reeberiam a visita de agentes da PF. O contraventor encerra a troca de mensagens com um par de interrogações: “Entendeu? Falou pro chefe?”
Como que decidido a certificar-se de que Eliane compreendera suas mensagens, Cachoeira tocou o telefone para ela doze minutos depois do intercâmbio de mensagens. O diálogo foi capturado pelo grampo.
“Eliane?”, inicia Cachoeira. “Estou ouvindo”, Eliane responde. Esquivando-se de mencionar o nome do chefe de sua interlocutora, o contraventor indaga: “Falou pro maior?” E Eliane: “Falei, estou com ele aqui. Tá aqui. Imagina como que tava.”
Antes do término do diálogo vadio, Eliane perscruta sobre a existência de novo alvos da PF. Cachoeira responde, em mau português: “Não. Já, já eu te falo. O que eu sei é esses aí. Num tem ninguém grande não.” Eliane roga: “Se você ficar sabendo, me fala. Tem uns pequenos aí que interessa à gente.”
Ouvida, a chefe de gabinete de Perillo reconheceu que conhece Cachoeira desde 2003. Declara que a Eliane mencionada no relatório da PF pode ser uma advogada homônima. Impossível. A PF menciona no documento nome, sobrenome, CPF e os números dos telefones utilizados.
Eliane diz que o Nextel fisgado pela PF não veio de Cachoeira. Alega que um amigo lhe cedeu o aparelho para que ela o utilizasse numa viagem ao exterior. Chama-se Wladimir Garcez. Vem a ser um ex-vereador. Segundo a PF, integra a quadrilha de Cachoeira.
Procurado, Perillo manifestou-se por meio da assessorial. Mandou dizer que desconhece a relação de sua chefe de gabinete com Carlinhos Cachoeira. E mais não disse.
De acordo com a PF, Cachoeira repassou dados policiais sigilosos também para Cláudio Dias Abreu, um ex-diretor da construtora Delta no Estado de Goiás. Esas conversas também foram pilhadas nas escutas telefônicas.
Cláudo Abreu recorreu aos bons préstimos de Cachoeira, por exemplo, em 14 de julho de 2011. Buscava informações sobre operação que a PF realizaria no Pará. “É deixa eu te falar, nós ficamos sabendo que vai ter uma operação lá no Pará, dá pra você levantar se vai ter reflexo aqui?”
Cachoeira tranquiliza o interlocutor. Declara que, se a operação paraense fosse chegar a Goiás, um dos delegados ligados à quadrilha já teria alertado. Presidente da Delta, Fernando Soares negou, por meio da assessoria, que a construtora mantenha vínculos com Cachoeira. Disse que Cláudio Abreu foi desligado da empresa em 8 de março, após a deflagração da Operação Monte Carlo.
- Atualização feita às 1058 desta terça (4): Eliane Pinheiro exonerou-se do gabinete de Marconi Perillo.
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