Prefeitos da BA debatem crise em resort chique
Unidos por uma mesma preocupação –a penúria dos cofre municipais— 356 prefeitos baianos reuniram para compartilhar inquietações. Foram debater a crise na aprazível praia de Guarajuba, na cidade baiana de Camaçari. Hospedaram-se no elegante resort de Vila Galé, onde a diária pode sair por R$ 1.200.
Coube à União dos Municípios da Bahia organizar o evento, ocorrido entre os dias 9 e 11 de novembro. Chama-se Luiz Caetano o presidente da entidade. Filiado ao PT, ele governa Camaçari há oito anos. Tomado pelos gestos, o companheiro Caetano é imprevidente. Tomado pelas palavras, é um vidente.
Como que antevendo as incompreensões, Caetano injetou numa de suas palestras um alerta: “Se alguém vier falar que estamos fazendo farra, saiba que esse evento foi todo bancado por diversas empresas. Ninguém aqui está pagando nada.” Caetano falou depois do almoço. Retardou o contato com o microfone por 40 minutos. Ainda assim, falou para um auditório semi-ermo.
No oficial, o encontro de Camaçari custou R$ 450 mil. Os organizadores informam que a hospedaria concedeu descontos. A coisa foi bancada por 18 logomarcas. A lista inclui os governos estadual e federal. Do setor privado, foram mordidos um banco, uma cervejaria e escritórios de contabilidade que têm nas prefeituras uma clientela promissora.
No esforço para encher o auditório, o anfitrião Caetano fez ginástica verbal: “Sei que na campanha o prefeito não teve tempo de namorar a esposa, que todo mundo quer descansar, mas vale conferir mais essa palestra. Afinal, estamos felizes. Todo mundo ganhou!” Não é difícil intuir quem perdeu.
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